Cão, seis anos, líquido de efusão abdominal de coloração avermelhada.
Num primeiro momento, estas grandes células entremeadas aos neutrófilos, macrófagos e hemácias poderiam parecer células neoplásicas.
Entretanto, tratam-se das famosas células mesoteliais reativas. Tais células fazem parte do mesotélio, que reveste as cavidades torácica, abdominal e pericárdica, e possuem diversas funções fisiológicas, inclusive em casos de reação inflamatória.
E este é exatamente o caso. Especialmente em situações de cronicidade, as células mesoteliais apresentam atividades reacionais e hiperplásicas, mimetizando alterações que podem confundir com os critérios de malignidade das neoplasias. Por exemplo, podemos ver grande anisocitose (diferença em tamanho total das células), binucleações, multinucleações e mitoses. Podem ocorrer isoladas ou em agrupamentos, porém via de regra sempre apresentam fendas entre elas.
O principal diferencial são alterações indicativas de celularidade neoplásica, em especial de origem epitelial, como o mesotelioma (a neoplasia de células mesoteliais), ou carcinomas.
Assim, ainda que estas células chamem a atenção, a atenção deve se voltar ao exsudato inflamatório.
Texto e imagens de autoria de Danilo Marin Rodrigues – Médico Veterinário – CRMV-SP 33778
Compartilhamento permitido desde que sejam mantidos os créditos.